quinta-feira, 16 de abril de 2009

[Divulgação] Entrevista Nós da Comunicação

Entrevistas

16/04/2009

INTERNET

Andrews Guedis explica fenômeno colaborativo em blog do show do Radiohead

Marcos Moura

Andrews Ferreira Guedis

O designer Andrews Ferreira Guedis era um dos 30 mil presentes ao show da banda inglesa Radiohead, em São Paulo, em 23 de março. Nos dias seguintes ao evento, ele coletou vídeos feitos por outros fãs do grupo, disponibilizados no YouTube, publicou em nova página no mesmo site e divulgou por comunidades na internet. Inesperadamente, começou a receber dezenas de colaborações, novas imagens, com ângulos os mais variados, que passou a editar e a disponibilizar em um blog. Um fenômeno colaborativo.

O Nós da Comunicação entrevistou Andrews, que é músico e integrante da banda Refink. Ele explica o passo a passo da criação do blog e expõe sua opinião sobre os direitos autorais na web.

Nós da Comunicação - Como surgiu a colaboração das imagens para o blog? De alguma forma você pediu para conhecidos as imagens antecipadamente ou eles foram enviando espontaneamente?
Andrews Ferreira Guedis - Inicialmente eu coletei todos os vídeos gravados por fãs no YouTube, para editar uma versão de Paranoid Android, sem pretensão nenhuma. Depois, publiquei no YouTube e divulguei na comunidade. De cara, já me perguntaram se iria fazer do show todo. Esses mesmos fãs, que não conheço pessoalmente e nem tenho ligação, começaram a me mandar vídeos por e-mail, Orkut etc.

Nós da Comunicação - O fato de o Radiohead ter um passado de 'colaboração' via web, por ter lançado um disco na internet, com o público pagando quanto achava justo, de alguma forma o inspirou neste projeto?
A.F.G. - Por um lado sim, mas não é novidade nenhuma o que fiz. Quantas bandas de fora têm shows inteiros filmados por fãs, os famosos "bootlegs". Isso sempre existiu. E sempre foi distribuído de graça, de fã para fã. O Nine Inch Nails me inspirou, queria ter participado do projeto no qual Trent Reznor, líder da banda, liberou 400 gigas de shows filmados por câmeras e distribuiu para os fãs editarem. Tanto o Radiohead como o Nine Inch Nails têm ideias parecidas nesse sentido. Eu acho que a repercussão foi porque dessa vez aconteceu no Brasil e com uma banda grande como o Radiohead.

Nós da Comunicação - O projeto do blog foi pensado ou o sucesso aconteceu inesperadamente?
A.F.G. - Foi inesperado, eu não queria fazer o show todo. Pensava apenas em pôr as músicas que o canal de TV não transmitiu. Criei um blog logo que vi que existia uma esperança dos fãs para um show inteiro, quando começou a haver uma colaboração muito grande na parte dos vídeos.

Nós da Comunicação - Você espera uma reação negativa relacionada aos direitos de imagem das pessoas retratadas e da própria banda?
A.F.G. – Infelizmente, a repercussão de algo assim sempre gera polêmica. A internet está aí para mudar muita coisa e realmente muitas leis precisam ser repensadas. Estou tendo reações negativas quando se fala da questão legal, mas não do lado da banda, e nem dos fãs, e sim por parte da produtora do show, do canal que transmitiu o espetáculo e da mídia. Eu espero não ter problemas, pois o próprio Radiohead em si me apoiaria. Eu não filmei o show, aquele material todo estava já no YouTube, não creio que serei o alvo, só porque chamei a atenção.

Nós da Comunicação - Você pretende continuar investindo em projetos colaborativos na web?
A.F.G - Sim, tenho projetos com a minha banda Refink, na qual disponibilizo as músicas em mp3 gratuitamente, temos nosso canal de TV, em que mostramos no YouTube várias coisas que acontecem com a banda. Eu estou dentro dessa nova geração, muita coisa envolvendo arte e tecnologia será criada por mim enquanto estiver vivo.

Nós da Comunicação - O que você acha de todas as tentativas de controlar a web, principalmente vindas da indústria de entretenimento?
A.F.G - Todas as tentativas falharam até agora. Napster, The Pirate Bay, censura no YouTube... Elas sempre acontecem, censuram, mas depois retornam, porque quem é o maior interessado é o público. Se um serviço fecha, sempre vem e aparece outro melhor. A indústria em vez de ficar se autodestruindo deveria repensar na forma que distribui seu conteúdo e na qualidade daquilo que vende. Ela não está pronta para a internet, nós estamos muito à frente daqueles que só pensam em ganhar bilhões em cima da gente. Vai dizer que você nunca baixou uma música da internet? Você seria um criminoso? Ah, faça o favor...

As redes sociais são famintas por informação e são muito unidas, não tem como você não achar o que quer. A indústria deve se reinventar, eu não acho certo também você baixar tudo de graça. Vá ao show daquela banda que gosta, de repente, compre o CD, ou pague pelas mp3, o quanto quiser. Vá ao cinema, compre aquele DVD. É questão de se criar algo novo na internet, e demorou para essa "gente grande" acordar.

http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=150&tipo=E

Gostei muito dessa matéria, deu para dar uma esfriada no assunto e voltar o foco ao show do Radiohead. Na realidade, muitos devem estar pensando que a quantidade de matérias e entrevistas que saíram deixaram o progresso do projeto um pouco lento.

Sim, é verdade, mas eu creio que nunca negaria falar um pouco mais sobre eu e o meu trabalho, não posso desperdiçar uma oportunidade dessa.

Vou disponibilizar o DVD para download e os vídeos também, não nesse momento, mas no final do projeto.

3 comentários:

  1. Kra... vc já está mais famoso que a Sabrina Sato! XD heuaheuaheuahu! Akele abraço!

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  2. Boa matéria parabéns Andrews....

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  3. Parabéns e deuslhepague!

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